Pesquisar este blog

sábado, 19 de março de 2011

MOTIVADO PARA A VERDADE


Aula do dia 20/03/2011.                                                  
Texto da lição: Daniel 5:13-29

Texto áureo: “Compra a verdade e não a vendas; compra a sabedoria, a instrução, e o entendimento” (Provérbios 23:23).

INTRODUÇÃO:  Que importância tem a verdade para ti? Nota a exortação de Salomão no texto áureo: “Compra a verdade e não a vendas”. Na língua hebraica, a forma verbal que traduzimos por “compra” significa “adquire-a a todo o custo”. Sim, a verdade tem um preço! É demasiado valiosa para não ter custos!
 
A indolência e o desmazelo de muitos crentes leva-os a aceitarem doutrinas “simpáticas”, mas erradas, só porque não querem cansar-se a buscar e discernir a verdade! Recordemos como Lucas louva os bereanos exatamente pelo seu zelo na procura atenta da verdade (At. 17:11)!
 
Nestes tempos de fast food (comida rápida), é possível que muitos de nós estejamos a transformar-nos em consumidores de “verdade instantânea”! Há pouca disponibilidade e apetite para o “alimento sólido” de que fala Heb. 5:12-14. Na igreja, preferimos que o pastor não nos mace com sermões de mais de um quarto de hora ou vinte minutos! Certo pregador chamou-lhes “sermõezinhos” para “cristãozinhos”! Porque “cristãozinhos” é a única coisa que “sermõezinhos” pretensamente devocionais vão produzir!
 
O nosso Deus é o Senhor da Verdade! A Sua Palavra é a Verdade! Somos santificados na Verdade, e a Verdade nos liberta (João 8:21-32)! Acaso ignoramos que o Senhor não tolera que a Sua preciosa Verdade seja tratada com desprezo?
 
Na lição de hoje, o rei da Babilônia estava à espera de um “sermãozinho”, mas teve que ouvir a dura verdade da boca de Daniel! Aproximadamente setenta anos tinham passado desde que o profeta, muito jovem ainda, fora levado de Jerusalém (cap. 1:3-7). Belsazar, neto de Nabucodonozor, era, agora, o rei!
 
Então, numa noite de Outubro de 539 AC, os exércitos coligados dos Medos e dos Persas cercaram a cidade da Babilônia. Dentro de muros, Belsazar, cujo nome significa “Bel protege”, esperava que esse seu deus e vários outros o defendessem e interviessem a seu favor. 

Aparentemente pouco consciente do real perigo que corria, organizou um grande banquete-orgia para um milhar dos nobres da sua faustosa corte. Só que, nessa noite memorável, não foi Bel, mas sim o Deus Todo-Poderoso quem interveio na forma de uma mão a escrever na parede em frente do rei!
 
Nesta época, o já idoso profeta Daniel vivia completamente esquecido! Belsazar nem sequer sabia dele! Mas uma coisa o rei sabia perfeitamente: os utensílios de ouro e prata que ousou profanar no seu banquete pertenciam ao Templo do Deus Verdadeiro em Jerusalém! O Deus que, naquela hora dramática, ele desafiava abertamente confiando somente nos seus ídolos!

I - O VALOR DA VERDADE (vs. 13-14)
Há quem afirme que, atualmente, muitas igrejas estão produzindo uma geração de jovens desprovidos de uma preparação bíblica minimamente aceitável. Será que já vivemos numa cultura pós-cristã, marcada pela iliteracia bíblica? Fica a pergunta!...
 
O vazio da sabedoria do mundo. Os “sábios” de que Belsazar estava rodeado, e em quem confiava, eram “os encantadores, os caldeus e os feiticeiros” (v. 7), que falharam redondamente (v. 8). E muito mais cedo do que imaginava, ele constatou o mesmo que o seu avô Nabucodonozor: havia uma outra Fonte de Sabedoria, confiável, infalível, servida por um homem verdadeiramente sábio e a quem o Senhor concedera “inteligência de todas as visões e sonhos” (1:17)!
 
Na mente de Belsazar não cabia a idéia de um Deus requerendo pureza moral aos Seus seguidores. Pelo contrário, a panóplia de falsos deuses que adorava servia de cobertura a toda a sorte de atos de libertinagem e depravação (v. 4). Para ele nada era sagrado, já que não hesitava em blasfemar do Deus Vivo e Verdadeiro, de Quem dependia, afinal, a sua própria vida! A filosofia de Belsazar era o materialismo, com um único objetivo: gozar os prazeres do mundo sem qualquer limite!
 
O prestígio do homem de Deus. Ao que tudo indica, Belsazar nunca tinha visto Daniel, sendo provável, contudo, que tivesse notícia da grande influência que exercera na corte de seu avô. Mas havia alguém – a rainha-mãe – que se lembrava muito bem e, de alguma forma, sabia que Daniel ainda vivia, era capaz e estava disponível para ajudar Belsazar naquela hora de grande espanto e sobressalto, tal como antes interpretara os sonhos de Nabucodonozor (vs. 10-12). A reputação da fidelidade de Daniel ao Deus Verdadeiro e a lembrança das vitórias que alcançara continuavam bem vivas depois de tantos anos!

II - RESISTINDO ÀS PRESSÕES PARA DESVIRTUAR A VERDADE (vs.16-17)

A exemplo do que Nabucodonozor tinha feito, Belsazar convocou, primeiro, os sábios que não conheciam nem temiam a Deus, prometendo prendas de ouro e grandes honrarias para quem fosse capaz de interpretar a escritura na parede. Só depois, dado o fracasso daqueles sábios, Belsazar chamou Daniel e fez-lhe as mesmas promessas, que o velho profeta recusou com firmeza, dispondo-se a transmitir ao rei toda a verdade expressa na sentença divina sem qualquer recompensa material (v. 17).
 
No mundo de hoje, os crentes e as igrejas enfrentam pressões evidentes para desvalorizarem e desvirtuarem a Verdade de Deus consignada na Sua Palavra. Umas vezes por influência de arautos de modernos pensamentos teológicos, outras por exigência de uma opção ecumênica, outras ainda para garantirem a aceitação social que uma imagem pública mais “atual” pode trazer… Mas a fidelidade e o dom profético de Daniel não estavam à venda!

III - ESCOLHENDO A VERDADE DIVINA (vs. 22-23)
Daniel continua a ser um exemplo de apego à Verdade quando repreende Belsazar pela sua indiferença para com os valores espirituais.
 
Humilhemo-nos sob a poderosa mão de Deus (ver 1 Ped. 5:6). Nabucodonozor tinha aprendido, à sua custa, que o Deus de Daniel era o Deus da História, das nações, dos reis e dos povos, e a Babilônia não estava excluída do seu controlo (vs. 17-21). O próprio Daniel, apesar de removido de Jerusalém para a Babilônia ainda na adolescência, nunca deixou de ser dirigido pelo Senhor, que “é verdadeiramente Deus; Ele é o Deus vivo e o rei eterno” (Jer. 10:6-10). Honremos o “Rei dos reis e Senhor dos senhores” (Apoc. 19:16).
 
Mostremos reverência no culto a Deus. Belsazar não teve pejo em profanar os vasos consagrados ao culto do Deus Verdadeiro, usando-os em libações devassas! Daniel, pelo contrário, jamais se desviou do seu compromisso com o Senhor, honrando-O e reverenciando-O em todas as circunstâncias! Do mesmo modo, precisamos de entender que o culto a Deus praticado “em espírito e em verdade” exige reverência, tanto no espírito como na forma (1 Cor. 14:40)!

IV - DECLARANDO A VERDADE DIVINA (vs. 25-28)

Para Daniel, a inscrição na parede que tinha estragado a festa a Belsazar, tornou-se entendível porque ele conhecia o Deus que a escrevera e lhe revelava, agora, o seu significado:
 
MENE – “Deus contou o teu reino e acabou com ele”!
 
TEQUEL – foste “pesado na balança e achado em falta”, ou seja, demasiado leve, sem peso! Em toda a vida e atos de Belsazar nada fora encontrado de positivo e louvável conforme os padrões divinos (ver 1 Sam. 2:3)!
 
PERES (singular de Parsim) – “o teu reino foi dividido”! Belsazar e o seu reinado acabavam ali! O historiador grego Heródoto conta como aconteceu a conquista da Babilônia: as forças de Ciro, o rei da Pérsia, cercavam a cidade, que estava construída sobre as duas margens do rio Eufrates. Os persas conseguiram desviar as águas do rio, deixando em seco o seu leito, que se transformou em estrada ao longo da quais as suas tropas entraram tranquilamente na cidade pelo único sítio não defendido por muralhas! Os habitantes, completamente embriagados numa festa pagã e idólatra, não ofereceram a mínima resistência! Eliminado Belsazar, Dario, o medo, assumiu o poder (vs. 30-31).
 
Na defesa da Verdade divina muitos cristãos, ao longo dos séculos, sofreram perseguições, foram expulsos das suas terras, foram torturados e mortos! Pagaram um preço muito alto pela sua fidelidade a Cristo! Seguindo o seu exemplo e o de Daniel, amamos e defendemos a Verdade de forma decidida e empenhada? 

Nenhum comentário:

Postar um comentário